quarta-feira, 20 de abril de 2011

Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor! E estou Aqui!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

“Espera aqui um minutinho, eu vou ali e já volto.
Ou não volto.
Depende de eu encontrar, ou não, coisa melhor no caminho. Olha, não estou dizendo que eu vá procurar coisa melhor no caminho, na verdade nem preciso, sei que já estão me procurando. Como eu sei? Não é sexto sentido. São os outros cinco. Sentidos? Não, os outros cinco caras que eu já deixei no esquema desde que chegamos aqui na balada.
Alguns eu cozinho em banho-maria há quase tanto tempo quanto você, acredita?
De qualquer maneira, não peguei nenhum até essa hora porque não quero parecer assim tão fácil. OK, a quem eu quero enganar?
Fato é que eu possivelmente não volto. Diria provavelmente não volto, mas aí você não ficaria me esperando, e que graça teria? Faz um puta bem saber que deixei me esperando um cara como você, que, claro, não é exatamente irresistível mas tá na cara que me adora e poderia estar dispensando a mesma atenção pra qualquer outra aqui na balada.
Conheço os meus defeitos, alguns confesso, outros invento. Quando confesso, espero confete e contigo é garantido.
Você é um cara legal. Não te quero mal, você sabe. Gosto de você, tanto que já nos pegamos outras vezes. O que não quer dizer que você precise se esforçar menos pra me pegar uma próxima vez. Quem sabe hoje não é seu dia de sorte? Depende de você, de mim, de uma conjunção planetária qualquer.
Não sou tua. Não sou de ninguém. Nunca te prometi nada. Quer fidelidade? Arruma um cachorro.
Claro, eu já disse que te amo. Já reparou quantas vezes você já ouviu isso de mim? Ou a variação te adoro? Não se empolgue, isso não quer dizer nada mesmo. Fora isso, não me pergunte pra quem mais eu digo essas coisas.
O que esperar de mim? Sinais eu já te dou há um tempão. Erro teu ficar procurando mensagens nas entrelinhas: deixei tudo em letra de forma, preto no branco. Quer que desenhe? Bom, sabe que se você me pedir confirmação eu nego. É da minha natureza. No fim das contas ambos sabemos que you can’t handle the truth.
Cazzo, só o que eu te peço é que me espere aqui um minutinho, ou cinco, ou a noite toda. Não invente de me procurar se eu não voltar. Se eu não voltar é porque não voltei, ok? Sei onde te deixei, não é como se eu tivesse me perdido ou esquecido de você como esqueci do teu aniversário. Quando é mesmo?
De qualquer maneira, se você me procurar periga acabar me encontrando, e não vai gostar do que encontrar.
Engraçado como são as coisas. Você está aqui me paparicando já faz um tempinho. Me deu atenção, me pagou uma bebida, ou duas, ou meia dúzia. Mesmo assim não está rolando. Pelo visto você não vai aprender nada com essa experiência. Quer uma dica? Não tente me entender: de repente é com quem me trata pior que vou terminar a noite suada, exausta e satisfeita, ou tão satisfeita quanto é possível para uma mulher.
Não insista, mas não desista. Não tente avançar o sinal, não é tua cara. Te conheço há tempo suficiente pra dizer que cafajestagem contigo não combina. Deixe isso pra quem sabe.
Quem disse que eu quero te perder? Quero não. Na pior das hipóteses amanhã te ligo, te peço pra não ficar bravo comigo, tento descobrir se o dano foi grande, te deixo com a ilusão de que um dia compenso essa sacanagem toda que invariavelmente apronto.
Não me interessa que tua fila ande. Morro de ciúme. Sou possessiva, gulosa, olho maior que a barriga.
Tenho, sim, um pouco de medo de ficar sozinha. Aprendi cedo a fazer uso dos meus talentos. Sempre deu certo assim, não vejo motivo pra arriscar uma mudança de comportamento a essa altura do campeonato. Só dá certo nesse mundo quem sabe jogar o jogo de acordo com as regras, concorde com elas ou não.
Mais do que tudo quero me divertir. E não pense que vou ficar me prendendo ao que de repente possa sentir quem não seja capaz de me aceitar como sou. Se eu te perder no processo, paciência. Mas aposto que não te perco.
Eu te disse que era tua amiga, é verdade. Amigos respeitam os sentimentos uns dos outros, eu sei. Mas não é coisa de homem ficar fazendo beicinho. Sem melodrama. Não é como se eu estivesse te cravando um punhal no coração.
Beijo. Se cuida. Arruma alguma coisa pra fazer. De repente eu volto, nunca se sabe.”